quinta-feira, 4 de março de 2010

Serra adota discurso de candidato a presidente

Brasília (AE) - Principal nome do PSDB na disputa presidencial, o governador de São Paulo, José Serra, aproveitou cerimônia em homenagem ao centenário de nascimento do ex-presidente Tancredo Neves, para, em discurso de candidato, resgatar para a oposição a bandeira do desenvolvimento social e esvaziar a tese de que o PT é o principal responsável pelos avanços do País. No discurso, Serra lembrou o radicalismo do PT e disse que o partido de Lula foi um dos principais beneficiários das mudanças implementadas, principalmente nos dois governos tucano.

“O PT acabou por ser, por paradoxal que pareça, um dos principais beneficiários da eleição do primeiro presidente civil e das conquistas sociais e culturais da Constituição e soube, posteriormente, ao longo de seus períodos de governo, colher bons frutos de mudanças institucionais e práticas, como o Plano Real, o Proer (extinto programa de estímulo ao sistema financeiro nacional) e a Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou ao mencionar programas criados ou consolidados na gestão de FHC. O governador não citou os nomes do presidente Lula nem do ex-presidente Fernando Henrique.

Ao fazer um histórico da Nova República, Serra disse que a vitória do PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, foi uma das alternâncias de poder “mais contrastantes” no País, embora, disse ele, o PT tenha sido “encarado, a princípio, se não como força desestabilizadora, ao menos de comportamento radical e deliberadamente à margem da política nacional”.

Mesmo sem oficializar sua pré-candidatura, Serra disse que os futuros governantes do país devem “assumir com humildade e coragem” a herança dos 25 anos de democracia no país. “Não para negar o passado, mas para superá-lo, a fim de fazer mais e melhor.”

Para Serra, embora o País tenha avançado, a estabilidade econômica não é garantia de um futuro de autossustentação para o Brasil. “Assim como não somos escravos dos erros do passado, tampouco devemos crer que a eventual sabedoria dos acertos de ontem se repetirá invariavelmente hoje e amanhã. A estabilidade, o crescimento e os ganhos de consumo, ainda não têm garantidas as condições de sustentabilidade no médio e no longo prazos”, discursou.

Fonte: tribuna do norte

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