sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Serra no debate: firmeza, consistência e coração

José Serra teve o melhor desempenho no debate entre presidenciáveis da TV Bandeirantes desde o primeiro bloco. Ele disse que não sabe como o Brasil pode crescer no futuro com investimentos públicos tão tímidos - a ponto de 19 dos 20 grandes aeroportos do país estarem engarrafados. “E se nos portos o Brasil está no 125º lugar em matéria de ruindade”.

Ele disse que foi recentemente a Minas Gerais e Santa Catarina e constatou que chega a ser uma temeridade ir de automóvel de Belo Horizonte a Governador Valadares, porque a estrada tem péssimas condições de tráfego. “Sua segurança não permitiria que você fizesse essa viagem”, disse Serra à candidata do governo. A dificuldade de transporte é uma situação que se repete entre Florianópolis e o Vale do Itajaí e tantos outros lugares do Brasil. “É mais caro levar a soja do campo para o porto do que do Brasil para o Japão”, devido à precariedade da infraestrutura.

Em resposta à primeira pergunta do debate - qual a prioridade de cada um para a Saúde, Segurança e Educação – Serra comparou as três áreas a órgãos vitais do corpo humano. Ele disse que vai tratar da Segurança pondo o governo federal no combate ao crime em nível nacional. “O governo federal tem que se envolver. Por isso vou criar o Ministério da Segurança”.

Na Saúde, Serra vai acelerar o atendimento à população, encurtando o tempo de consulta e de realização de exames, com a criação de 150 AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades). “Na Educação, vou criar um milhão de vagas no ensino técnico”, afirmou o candidato da coligação “O Brasil Pode Mais”.

No segundo bloco, Serra acusou o governo federal de ter cortado ajuda às APAES (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), que foram proibidas de se dedicar ao ensino e deixaram de receber recursos do Ministério da Educação inclusive para o transporte das crianças e jovens. “Eu considero uma crueldade isso que foi feito com as pessoas (com deficiência)”.

No terceiro bloco, Serra afirmou, com simplicidade e clareza, que o crescimento dos empregos é conseqüência do crescimento econômico, da ação de alguns governos estaduais, como Minas e São Paulo, e de investimentos privados. O nível de investimento do governo federal, Serra tem demonstrado firmemente, é baixíssimo.

Retomando uma afirmação da candidata do governo no primeiro bloco – de que mutirões são importantes, mas não são ações decisivas – Serra à questão da Saúde dizendo que houve uma queda de 21 mil cirurgias de varizes, algo que evidentemente é motivo de sofrimento, e perguntou, mais uma vez, por que o governo acabou com os mutirões nos últimos oito anos. Serra lembrou que também foram suspensos os mutirões de cirurgia de catarata e próstata.

No quarto bloco, em que os jornalistas perguntaram aos candidatos, Serra deixou uma mensagem muito clara de defesa do patrimônio público, ao tomar como exemplo a Empresa Brasileira dos Correios (ECT), sofrendo a olhos vistos pela ação de loteamento político.

“Eu vou estatizar os Correios, fazer com que a empresa sirva não a um partido ou a um grupo. Eu vou fazer os Correios voltarem à sua melhor época”. Serra encerrou o bloco com a frase que sintetiza o debate: “O Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda do governo, passou o tempo todo elogiando a política econômica do Fernando Henrique”.

Ao se despedir, Serra disse que o debate acrescentou mais conhecimento sobre os candidatos, embora ainda falte muito a ser debatido. Emocionado, lembrou que vem de uma família simples, chegou onde está pelo trabalho do seu pai, passou por 14 anos de exílio e entrou na política para melhorar o país com uma meta: “Abrir as oportunidades a todos”.

Estamos orgulhosos dele. Esse é o nosso presidente.

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Pesquisa Consult: com 70% dos indecisos pode se configurar uma indefinição para a eleição majoritária no Estado

Um dado interessante é que a imensa maioria não tem o voto cristalizado – 70% dos entrevistados na pesquisa espontânea admitiram estar indecisos, o que configura uma indefinição para a eleição majoritária.

A pesquisa foi registrada no TRE/RN no dia 30 de julho. Foram ouvidas 1.700 pessoas em 58 municípios do Estado, entre os dias 30 de julho a 02 de agosto. A margem de erro é 2,3 pontos percentuais para mais ou para menos.

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Carlos Eduardo garante maternidade para Mossoró e critica gestão de Rosalba Ciarlini na Saúde

O candidato ao Governo do Estado, Carlos Eduardo (PDT-PCdoB-PRP), aproveitou a viagem a Mossoró nesta quarta-feira (4) para lançar a proposta de construir uma maternidade na cidade. Ele fez críticas à senadora Rosalba Ciarlini (DEM) por não ter, ao longo de três mandatos na Prefeitura, construído uma.

“Como governador, nós vamos fazer a maternidade da cidade de Mossoró, que foi esquecida pelos sucessivos prefeitos e prefeitas e esquecida pelos sucessivos governos. É inacreditável que uma cidade-pólo do Rio Grande do Norte ainda não tenha uma maternidade”, disse, depois de lembrar que construiu a maternidade da Zona Norte de Natal quando prefeito.

O candidato disse que a Saúde de uma maneira geral vem sendo maltratada pelos gestores mossoroenses. Na gestão municipal de Rosalba Ciarlini, foi fechado o único Hospital Infantil que atendia à rede pública. Em 2009, também foram desativados o Hospital Duarte Filho e a Casa de Saúde Santa Luzia, que atendiam pelo SUS. No momento, apenas o Hospital Tarcísio Maia oferece serviços de enfermaria pediátrica na cidade.

Carlos Eduardo passou toda esta quarta em Mossoró. Ele lançou o Programa de Governo e deu entrevista à Rádio Difusora de Mossoró pela manhã. À tarde, gravou entrevista para o programa Cenário Político, do canal de TV TCM, teve um encontro com o reitor da UERN, Milton Marques, e se reuniu com petroleiros e empresários. Teve as companhias de outros candidatos da coligação durante sua passagem por Mossoró: Sávio Hackradt (candidato a senador pelo PCdoB), Gutemberg Dias, George Câmara e Professora Valda (candidatos a deputado estadual também pelo PCdoB) e Divanilton Pereira (candidato a deputado federal pelo PCdoB).

Aos empresários, Carlos Eduardo afirmou que “o Rio Grande do Norte terminou um ciclo de gestão”, referindo-se ao costumeiro loteamento de cargos políticos, e que irá iniciar um novo ciclo. “Vou afastar os políticos da Caern, no DER, da Educação, da Segurança. O Rio Grande do Norte está parado. Ninguém, dentre os cinco candidatos, tem capacidade para implantar essa nova mentalidade. Eu tenho, porque fiz quando era prefeito de Natal”.

Durante a apresentação do Programa de Governo, no Hotel VillaOeste, o candidato do PDT defendeu investimentos em Infraestrutura e Educação. “Sem porto, aeroporto e ferrovia, o Rio Grande do Norte é um Estado sem entrada e sem saída”. Ele defendeu a Educação como ferramenta estratégica para alavancar o desenvolvimento econômico do estado.

“Nós jamais, nunca, teremos desenvolvimento econômico, se não tivermos Educação de qualidade. Nós vamos fazer o professor voltar a ser uma autoridade através da recuperação dos seus salários e instituição de um programa de formação continuada”. Ele também afirmou que construirá uma rede estadual de ensino profissionalizante e que fará dela uma política de Estado através da participação popular.

O candidato detalhou outros pontos de seu Programa de Governo que beneficiam especificamente Mossoró: os investimentos na UERN, a inclusão de Mossoró na ferrovia que ligará Natal à Transnordestina, a integração do aeroporto da cidade com a malha aérea nordestina, a necessidade de investimentos em saneamento básico e a inclusão da pauta ambiental no projeto de desenvolvimento do município.

Nesta quinta (5), Carlos Eduardo estará em Natal. Passa boa parte do dia reunido com a equipe do Programa de Governo. No final da tarde, ele faz caminhada nos bairros Quintas e Nordeste. A concentração é no cruzamento das ruas Pedro Nova e Mascarenhas, nas Quintas.