quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Governo do Estado não vai priorizar SAMU Seridó-Trairi neste primeiro semestre

Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) já avisou: a prioridade para este inicio de Governo é reestruturar o SAMU metropolitano, deixando a criação do SAMU Seridó-Trairi para um segundo plano, ainda sem previsão. A informação foi do próprio presidente do Consórcio Público Intermunicipal de Saúde (COPIS-RN), Péricles Rocha, prefeito de Santa Cruz. Em entrevista a Rádio Caicó, ele deixou claro que muitos prefeitos dos municípios que seriam atendidos pelo SAMU deixaram a reunião com a secretária-adjunta de Saúde, Ana Tânia Sampaio, na última terça-feira (11), frustrados.

"A secretaria está dando prioridade a reestruturar o SAMU metropolitano e eles mostraram que ainda não tinham conhecimento da nossa proposta. Mas deixaram claro que depois de reestruturar o de Macaíba, é que vão estudar a nossa proposta, para posteriormente discutir a expansão do SAMU para o interior do Estado. Ficamos em segundo plano, que aí vai depender de novas reuniões. Todos perceberam que o Estado está mais tendencioso a explorar a região metropolitana", disse. Péricles deixou claro que o interesse dos consorciados é que o serviço de saúde funcione bem, já que outra preocupação é para onde os pacientes serão transportados, já que os hospitais regionais não vêm oferecendo condições para isso. "Não adianta colocarmos o SAMU se não tiver para onde levar os pacientes que porventura viermos a transportas nas nossas ambulâncias", explicou. Seguem trechos da entrevista:


Marcos Dantas - A decisão do governo deixou os prefeitos da região frustrados?
Péricles Rocha - Nós temos uma expectativa que o serviço seja ampliado para todo o Estado, mas não deixa de frustrar, já que nossa intenção era colocar o SAMU pra funcionar já neste mês. Nós estamos com um processo seletivo praticamente concluído, estamos com profissionais já para ser contratados, mas isso só pode ser feito se tivermos o Estado como parceiro, já que no custeio, é o maior investidor. Enquanto o Governo do Estado vai arcar com 60% desse valor, 30% fica com o Governo Federal e 10% das prefeituras. O Consorcio só vai funcionar, expandindo o SAMU 192 para todo o RN se realmente o Estado entrar com esse apoio, que a maior parte do valor financeiro é do Estado. Mas, estamos ainda esperançosos e aguardando uma posição para negociar, já que nosso interesse é colocar o SAMU pra funcionar.

O Governo do Estado deu prazo para retomar essa discussão da ampliação do SAMU?
Ele deixou claro que a prioridade é o SAMU metropolitano, mas que vai sentar e discutir num futuro como será essa ampliação. Não deu prazo, e nem sabemos como e quando vai ser. Se será via consorcio ou não, ou se será através do Governo do Estado. O momento é de prudência, e esperamos que a governadora venha a desenvolver esse trabalho e fortalecer esse consorcio.

Em que situação se encontra o processo do SAMU Seridó-Trairi?
Nós estamos na conclusão do processo seletivo. Já selecionamos o pessoal que deveria trabalhar no SAMU Leste, que englobam sessenta cidades. A segunda parte seria Mossoró, que o pessoal já está encerrando o processo seletivo, e o passo seguinte seria o SAMU Seridó, com sede em Currais Novos e que englobaria o Seridó e Trairi. A coisa está andando, mas com essa novidade do Governo do Estado dar uma parada para tentar estudar como seria o processo, nós vamos ter que prolongar mais esse lançamento do Samu no Seridó.

Pelo que você acompanhou na reunião, neste primeiro semestre o SAMU do Seridó não sai?
Pela minha expectativa, acredito que neste primeiro semestre estaria inviabilizada essa parte do Seridó começar a funcionar. Mas tudo depende do Governo, se ele sinalizar que quer começar, está com tudo pronto, inclusive com o processo seletivo pronto. Se tiver recurso suficiente para arcar com as despesas, é possível que se instale antes do meio do ano, mas as expectativas são muito pequenas.

Como funcionará o SAMU Seridó-Trairi?
Em algumas cidades no Estado todo que seriam bases, onde seriam centralizadas ambulâncias para simples condições e ambulâncias para UTIs, como seria o caso de Santa Cruz e Caicó. Essas unidades moveis ficariam responsáveis por cidades circunvizinhas. E aí ficaria o atendimento com uma central em Currais Novos, onde imediatamente seria transmitido para a ambulância mais próxima da ocorrência. A nossa programação feita foi de 20 minutos no máximo para que o paciente seja atendido e transportado para um dos hospitais regionais. Inclusive está incluído nos investimentos do SAMU uma reformulação e fortalecimento nos atendimentos dos hospitais regionais de Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, para desafogar o Hospital Walfredo Gurgel.

Quem foi aprovado no processo seletivo do SAMU, vai ser chamado?
A expectativa é que sim, mas estamos dependendo totalmente do Governo do Estado, que é o maior investidor do custeio. Ficará prejudicada essa situação, se o Governo não firmar convênio com o consorcio, já que não temos condições de chamar e bancar.

FONTE: MARCOS DANTAS

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