sábado, 18 de maio de 2013

Chaplin e o Legislador.




Quem ler a biografia de Charlie Chaplin, vai se surpreender com os anos de sua infância passados em orfanatos públicos. Filho de um ator alcoólatra e de uma cantora com problemas de saúde e de instabilidade emocional, Chaplin e seu meio-irmão, por diversas vezes, tentaram com algumas artimanhas esconder, sem sucesso, das agentes do Serviço Social inglês a condição de crianças abandonadas à própria sorte.

Isso ocorreu na última década de 1800, ou seja, entre 1890 e 1900. Nessa época, o governo da Inglaterra já tinha consciência de sua responsabilidade com as crianças de famílias carentes e desintegradas. A vigilância e controle sobre a educação infantil e juvenil não se resumia à escola gratuita e obrigatória, mas também às condições estruturais da família, exigindo que o Estado investisse em políticas sociais, como, por exemplo, ajuda financeira mensal a famílias previamente cadastradas.


A diferença entre assistencialismopaternalismo demagógico e política pública é grande. O primeiro “ameniza” mas não “cura”. É caridade, não um direito. O segundo é uma fraude. Já quando o Estado desenvolve um projeto social, ele gera transformação social que pode ser comprovada numericamente a médio prazo pela ascensão de classe, de escolaridade, de consumo e de cidadania, em resumo, pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).




Temos muitas maneiras de conviver com as gritantes diferenças sociais. Alguns podem tirar vantagem dessas diferenças e ao mesmo tempo viver reclamando delas, mas o fato é que todos, em algum momento, se tornam vítimas do descaso social.


Só quem perde a autoestima, ou nunca teve oportunidade de possuí-la, sabe bem a diferença entre assistencialismo e políticas públicas. O que dói é ver um legislador afirmar: Eu faço assistencialismo no emprego, na saúde eu deixo para o fulano (Referindo-se a outro legislador).

É preciso que o povo saiba diferenciar quem faz politica pública de quem faz assistencialismo. 

O Assistencialismo pode perdurar por muitos anos, oito anos, dois mandatos, e nada de política pública.

Luis Santos

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